Olá, o meu nome é Gonçalo SANTOS!

Sou um antropólogo social-cultural interessado em questões de transformação social e ambiental. Estudei chinês nas cidades de Macau e Guangzhou, e comecei a desenvolver pesquisa etnográfica na China de forma regular desde o final da década de 1990, tendo aí vivido durante mais de dez anos nas últimas duas décadas. Grande parte do meu trabalho de pesquisa na China debruça-se sobre a região do Sul da China, mas eu também desenvolvi projectos de pesquisa etnográfica comparativa noutras partes da China e e no Sudeste Asiático. O meu trabalho explora novas abordagens a questões de modernidade, subjectividade moral, e transformação social e tecnológica numa era de crescentes tensões sociais e incertezas quanto ao futuro da vida humana no planeta.

ENTREVISTAS RECENTES
PUBLICAÇÕES RECENTES

ARTIGO: “Translating STS in China. Disciplinary Struggles and Future Prospects.” Engaging Science, Technology, and Society 9 (1), April 2023  (with J. L. Xing and N. Sharif)

 

ENSAIO: “Ai Weiwei no Antropoceno”  Público, 5 de março de 2023 
LIVRO: Chinese Village Life Today. Building Families in an Age of Transition (University of Washington Press, Outono de 2021)
EVENTOS RECENTES

Estudei antropologia e estudos de ciência na London School of Economics and Political Scienceno ISCTE-Instituto Universitário de Lisboae na Universidade de CoimbraActualmente sou professor de antropologia social-cultural no departamento de ciências da vida da Universidade de Coimbra. Sou ainda Investigador Integrado no CIAS – Centro de Investigação em Antropologia e Saúde da Universidade de Coimbra, onde coordeno o grupo de pesquisa “Tecnociência, Sociedade e Ambiente”. Fui professor e investigador de antropologia na London School of Economics and Political Science, no Max Planck Institute for Social Anthropology e na Universidade de Hong Kong. Sou o fundador e o diretor da rede de pesquisa Sci-Tech Asia, uma rede de pesquisa internacional que promove o estudo das relações entre ciência, tecnologia e sociedade na Ásia e um pouco por todo o mundo. 

A minha pesquisa tem incidido sobre questões de transformação social, moral, e ambiental na China contemporâneaO meu último livro, intitulado Chinese Village Life Today. Building Families in an Age of Transition (Univ of Washington Press, 2021), pinta um retrato íntimo das últimas décadas de mudanças radicais na vida quotidiana de comunidades rurais chinesas. O livro é baseado em duas décadas de pesquisa etnográfica com uma comunidade rural no sul da China, seguindo os movimentos migratórios circulares dos membros desta comunidade entre o campo e a cidadeO livro mostra de forma bastante detalhada como a vida rural na China está a ser transformada por novos regimes de mobilidade e novas formas de governança tecnocrática promovidos por várias décadas de modernização acelerada. Cada capítulo do livro se debruça sobre um aspecto diferente da vida rural na China, incluindo o casamento, o planeamento familiar, o parto e o nascimento, a educação e a parentalidade, a higiene pessoal e o saneamento público, e os festivais comunitários de religião popular. O livro cobre o período que vai desde a morte de Mao Zedong em 1976 até ao presente, explorando as grandes transformações que estão por detrás da ascensão mundial da China no século XXI do ponto de vista de populações rurais marginais. 

Sou o coordenador de dois livros sobre as grandes transformações familiares e sociais na China contemporânea. Estes livros são bastante usados em cursos de estudos chineses, incluindo: Transforming Patriarchy (University of Washington Press, 2017, com S. Harrell) e Chinese Kinship (Routledge, 2009, com S. Brandtstadter). Para além da China, eu sou o coordenador de várias publicações que abordam questões de transformação societal de uma perspectiva comparada inter-asiática. Entre estas publicações estão incluídas um número especial da revista Modern Asian Studies (2016) sobre amor, casamento e cidadania íntima na China e Índia, e um número especial da revista Technology and Culture (2020) sobre a história da medicalização do parto na China e no Japão. Estas publicações documentam a diversidade de enquadramentos epistemológicos, morais e tecnológicos e a forma como estes enquadramentos moldam o desenrolar da vida quotidiana em diferentes partes do continente asíático. Este enfoque na pluriversalidade de formas de conhecer, refletir, e fazer as coisas foi influenciado pela minha formação em estudos de ciência e sua crítica dos limites da razão universal. O meu primeiro livro—intitulado A Escola de Antropologia de Coimbra (Imprensa de Ciências Sociais, 2005)—reflecte o meu interesse em estudos de ciência, propondo uma análise crítica da história das conexões entre raça, ciência e sociedade em Portugal no final do século XIX e até ao final da primeira metade do século XX. 

O meu trabalho tem sido distinguido com prémios e bolsas de investigação de organizações internacionais bem conhecidas como American Council of Learned Societies, British Academy, Fundação para a Ciência e Tecnologia, e Hong Kong Research Grants Council. Estou no conselho editorial das seguintes revistas científicas: Antropologia PortuguesaWorldwide Waste: Journal of interdisciplinary, Studies, e Journal of the European Association for Chinese Studies. Em 2018-2019, recebi uma Visiting Scholar Fellowship do Max Planck Institute for the History of Science em Berlim para desenvolver um projeto sobre a medicalização do parto na China contemporânea. Em 2019, fui convidado pela Initiative for U.S.-China Dialogue on Global Issues da Universidade de Georgetown para integrar um Research Group on Culture and Society que tem workshops regulares sobre questões de transformação moral na China contemporânea. Em 2021-2022, fui o curador do colóquio virtual internacional: “Pluralizando o Antropoceno. Reimaginando o Futuro do Planeta no Século XXI”, com o apoio da Fundação de Serralves.